Esporte

Mundial de Clubes já é considerado 'mais global' do que a Copa do Mundo e pagará prêmio histórico

A FIFA prevê que jogadores de quase 90 países participem do Mundial de Clubes

São 32 times de seis continentes disputando um prêmio de R$ 5,5 bilhões, o maior já distribuído na história do futebol (Orlando Ramirez / AFP)

São 32 times de seis continentes disputando um prêmio de R$ 5,5 bilhões, o maior já distribuído na história do futebol (Orlando Ramirez / AFP)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 14 de junho de 2025 às 12h31.

Neste sábado começa o Mundial de Clubes da Fifa. Essa primeira edição do torneio organizado pela Fifa, que muitos estão chamando de Super Mundial, tem elementos suficientes para ser chamado de "global".

São 32 times de seis continentes disputando um prêmio de R$ 5,5 bilhões, o maior já distribuído na história do futebol. Quatro brasileiros estão nesta edição: Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo.

Enquanto o formato anterior era um evento anual com apenas sete equipes, a nova versão vai ocorrer a cada quatro anos, seguindo o mesmo intervalo de tempo da Copa do Mundo, Eurocopa e afins.

A FIFA prevê que jogadores de quase 90 países participem do Mundial de Clubes —mais do que o número de países que já competiram em todas as edições da Copa do Mundo.

A imigração no futebol

Países que costumam ser rígidos em relação à imigração recebem jogadores estrangeiros em suas ligas nacionais de futebol. Há mais de 1.000 brasileiros, 200 espanhóis e 100 nigerianos atuando nas principais divisões da Ásia. Segundo dados do Football Observatory, uma instituição de pesquisa, a média de jogadores expatriados nos clubes ao redor do mundo aumentou de 5,4 em 2017 para 6,5 em 2023—um crescimento de 20%. Enquanto a globalização recua em muitos setores, ela prospera no futebol.

De acordo com reportagem da The Economist, existem mais de 4.000 clubes profissionais ao redor do mundo, desde o Adelaide United, na Austrália, até o Zanaco FC, na Zâmbia. Os times europeus são os mais ricos do planeta. Essa disparidade ficará evidente em 15 de junho, quando o Bayern de Munique enfrentará o Auckland City. O Bayern, campeão alemão, arrecadou R$ 4,9 bilhões em receita na última temporada; seu estádio recebe 75.000 torcedores semanalmente. Em contraste, o Auckland, da Nova Zelândia, arrecadou R$ 3,5 milhões e teve uma média de público de 400 pessoas. 

Segundo a consultoria Deloitte, o Real Madrid, da Espanha, o clube mais rico do mundo, arrecadou cerca de R$ 6,4 bilhões na temporada 2023-24, mais de cinco vezes o valor obtido pelo Flamengo, o clube mais rico do Brasil e o único não europeu no top 30. 

O domínio europeu tem se refletido nos resultados do Mundial de Clubes, com times do continente vencendo 16 dos últimos 17 títulos. Na edição deste ano, os nove principais favoritos são todos europeus. 

Críticas ao torneio

A maior crítica ao torneio diz respeito à sua motivação. Muitos torcedores, especialmente na Europa, veem o evento como uma tentativa da FIFA de arrecadar dinheiro. A Copa do Mundo é a competição esportiva mais popular do mundo—mas, por ser realizada a cada quatro anos, a receita anual projetada da FIFA de R$ 18,3 bilhões fica muito abaixo dos R$ 42,1 bilhões arrecadados pela UEFA, entidade que organiza a Champions League.

Além disso, a venda de ingressos tem sido complicada. A FIFA enfrentou dificuldades para fechar um grande acordo de transmissão antes do torneio. Em dezembro, a plataforma de streaming DAZN finalmente comprou os direitos por R$ 5,5 bilhões —bem abaixo da meta inicial da FIFA, que era de R$ 20,5 bilhões.

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